Homenagens ao fundador e primeiro reitor da Unicamp, Zeferino Vaz, marcaram a abertura, na manhã deste sábado (19), da 18ª edição da UPA (Universidade de Portas Abertas) – programa que busca aproximação com estudantes do ensino médio e que neste ano teve como tema “A Educação Transforma”.
Conduzida pela coordenadora-geral da Universidade, professora Maria Luiza Moretti, a cerimônia contou com as presenças de um filho e um bisneto de Zeferino, respectivamente, Sérgio Vaz e André Barella. O economista Marcelo Barella, casado com Marta, neta de Zeferino, também esteve presente.
“A pessoa do Zeferino é muito marcante na história da Unicamp”, disse o reitor Antonio José de Almeida Meirelles. “A Unicamp foi fundada num momento difícil do nosso país, mas ele soube encontrar uma forma de lidar com essa dificuldade. Zeferino preservou a liberdade acadêmica, trazendo pensadores importantes que marcaram a história do país, criando essa força que gera ideias, conhecimento, ciência, tecnologia, de forma inovadora”, acrescentou o reitor.
“Isso marcou a história da Unicamp e marcou também a história do país. Foram valores que permaneceram na Universidade e se fortaleceram. Hoje, eu arrisco dizer que a Unicamp é, provavelmente, uma das universidades que mais combinam liberdade acadêmica e democracia interna, com excelência e qualidade”, afirmou o reitor.
“Eu fico muito feliz com esse reconhecimento da Unicamp, porque as pessoas ainda se lembram muito dele, depois de tantos anos”, disse Sérgio Vaz. “E olha que ele faleceu em 1981! Fico muito feliz em ver a semente que meu pai plantou”, acrescentou.
Para esta edição, a Universidade recebeu inscrições de mais de 500 escolas de todo o Estado de São Paulo, além de estudantes oriundos de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e do Mato Grosso do Sul.
A presidente da Comissão Organizadora da UPA, Maria Luiza Moretti, disse estar muito feliz pela realização de mais uma edição. “A UPA já é um evento tradicional na Unicamp. A cada edição, temos percebido aumento no interesse dos estudantes”, avaliou. “E hoje é dia de festa. Podemos perceber pela alegria dos estudantes, pela diversidade e a disposição de cada um deles em conhecer a Universidade. Com isso, queremos estimular os alunos a descobrir que existem opções de ensino gratuito e diferentes formas de ingresso”, disse.
Moretti acredita que as atividades que os estudantes estão vivenciando ao longo do dia sejam uma síntese do que a Unicamp produz. “Todos os órgãos e unidades prepararam uma série de atividades para os alunos. Temos exposições, oficinas, laboratórios, aulas expositivas, treinamentos, orientações, que refletem bem o que é a produção científica da Unicamp. Esperamos despertar o interesse desses jovens”, concluiu a coordenadora,
O pró-reitor de Graduação, professor Ivan Toro, reforçou a ideia de que a Unicamp é uma instituição pública, gratuita e inclusiva. “Me sinto muito feliz em ver tantos jovens reunidos”, disse ele. “Toda essa moçada querendo conhecer a Universidade, todo mundo animado. Acho que este é um evento extremamente importante para que possamos divulgar a nossa universidade e para que o aluno saiba que pode estudar aqui porque terá apoio. Além de cursos muito bons, a Unicamp oferece condições para que estudantes de baixa renda estudem na Universidade, pois temos políticas sólidas de inclusão e permanência”, garantiu.
O pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Fernando Sarti, disse que um evento como a UPA – que traz o aluno para conhecer a Universidade – é uma oportunidade única. “Este é o momento de vocês sonharem”, disse Sarti, dirigindo-se aos estudantes.
O professor José Alves de Freitas Neto, coordenador da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), disse “hoje é o dia para o estudante se apaixonar pela Unicamp”. Também participaram da cerimônia de abertura o pró-reitor de Extensão e Cultura, Fernando Coelho; o professor Marcelo Brocchi, representando o pró-reitor de Pesquisa, João Romano; o chefe de Gabinete, professor Paulo César Montagner; e o assessor da Secretaria Municipal de Educação de Campinas, Fernando Henrique Martins, que representou o prefeito Dario Saadi.
A UPA
A exemplo do que ocorreu no ano passado, quando cerca de 32 mil estudantes passaram pelo campus, o programa foi realizado no formato presencial este ano, depois de interrupções por conta da pandemia. A UPA foi suspensa em 2020 e realizada apenas no formato virtual no ano seguinte.
A ideia da UPA é que os estudantes tenham um contato direto com a Universidade. Ao longo de todo o dia, poderão observar o funcionamento de equipamentos, conhecer recursos utilizados em pesquisas e experimentos científicos, além de participar de palestras e rodas de conversas sobre carreiras, estruturas dos cursos de graduação e atuação profissional.
A organização do programa lembra ainda que os estudantes poderão conversar com professores e participar de atividades lúdicas e oficinas. Grupos de orientadores que integram o Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) estarão disponíveis o dia todo em postos montados no entorno do Ciclo Básico para oferecer informações sobre o vestibular da Unicamp e os exames de seleção das escolas técnicas.
A organização montou, ainda, postos de orientação sobre formas de ingresso na Universidade – como o ProFIS (Programa de Formação Interdisciplinar Superior).
Monitores identificados permanecerão ao longo do dia em todas as unidades para tirar dúvidas e orientar os visitantes.
Três praças de alimentação foram instaladas no campus, com várias opções de refeições. Elas vão funcionar na Praça do Ciclo Básico, no bolsão da área da Saúde, próximo à Faculdade de Ciências Médicas (FCM), e no espaço de recepção – que fica no bolsão da Biblioteca Central.
Sustentabilidade
Uma das atrações da edição 2023 da UPA é o Programa Campus Sustentável, que está sendo apresentado aos estudantes de várias formas. O programa é um projeto que visa a melhorar a infraestrutura do campus e, por meio do estudo e desenvolvimento de novas tecnologias, está transformando a Unicamp em um dos maiores laboratórios vivos de sustentabilidade energética da América Latina.
Três ônibus elétricos – dois de 44 lugares e um de 80 – circularão pelo campus ao longo do dia, mostrando aos alunos detalhes da tecnologia. Orientadores estarão nos veículos apresentando, ainda, o funcionamento das usinas de energia fotovoltaica existentes no campus e iniciativas como o quiosque fotovoltaico instalado ao lado da Biblioteca Central. Um desses grupos é formado por estudantes indígenas que participam de um projeto para levar energia fotovoltaica para comunidades indígenas no Norte do país.
Um grupo formado pelo reitor, pró-reitores, diretores e familiares de Zeferino Vaz fez uma das viagens pelo campus em um dos veículos elétricos.
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